segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sou grande!

Chego aqui e decido que vou escrever. Não faço a menor ideia o que irá sair, não prometo mais do que palavras alinhadas umas atrás das outras. Talvez me lembre das cervejas que bebia às escondidas,da ganza que fumei uma unica vez na minha vida na certeza de que isso faria de mim uma pessoa crescida. Hoje arrependo-me da estupidez que me fez querer ser grande. Ou talvez me lembre do dia em que o conheci, cinquenta e um centímetros de gente saído de dentro de mim, tão branco quanto é agora. Tudo isto faz um sentido qualquer, ter-me tornado uma pessoa crescida que pode fumar(mesmo não querendo), pagar contas, pensar na vida enquanto ela escorre nos minutos cheios de nada. Olho para as minhas mãos, estas que tocam no piano inventado do meu teclado, e vejo que o círculo se vai fechando. Já não preciso de me esconder para fumar, não preciso das taças de vidro por baixo da camisola para fingir que sou uma mulher, larguei as chávenas em que bebíamos cocacola disfarçada de café, já posso guiar um carro, viver sozinha(ou bem acompanhada como é o caso), entrar em casa às horas que me dá na gana, decidir o que como ao jantar. E às vezes dou por mim a ter saudades dos tempos em que ser grande era uma certeza distante que nunca mais chegava.




Isto aqui é para todos os que julgam pela aparência!

sábado, 25 de abril de 2009


Os meninos que eram muito pequenos no dia 25 de Abril de 1974 já têm filhos que são tão pequenos como eles eram nos anos da Revolução. Para eles, já não há perguntas proibidas nem razão para não exigir as respostas todas. Para eles, os cravos são flores absolutamente normais. Eles já não sabem que nem sempre foi assim e isso é muito bom. Para eles, os capitães de Abril podem ser só aquilo que eram para ser: heróis felizes
«Ó PAI, é verdade que tu dantes não podias escrever a verdade?» O rapaz olhou para ela, com aqueles olhos esbugalhados que os rapazes sempre têm quando olham para as suas meninas pequeninas. Corria o mês de Abril de 1990 e aquela manhã de sábado acordara muito bem disposta, com um sol radioso. Mas o rapaz estava zonzo. Ainda mal tinha sacudido o sono, já a garota disparava uma daquelas perguntas espessas que o obrigavam a ginasticar o cérebro todo de uma vez. Ocorreu-lhe dizer: «Piedade, Carolina! Deixa ao menos o pai tomar um cafezinho!», mas aquele arzinho dela, todo viçoso e prazenteiro, engasgou-lhe o propósito. Não ia agora sujeitar-se a vê-la impante de sabedoria, a olhar para ele com uma caridade imensa, como se dissesse: «Pobrezito! Precisa de ajuda para pensar um bocadinho, coitado.» Por isso decidiu contra-atacar de igual para igual: «Quem é que te disse isso?»

Então Carolina explicou ao pai que a professora lhe tinha contado que antes do 25 de Abril, que era uma revolução que tinha acontecido há muitos anos, as pessoas não podiam escrever aquilo que pensavam, a não ser que pensassem as mesmas coisas que pensavam os ministros e as outras pessoas que mandavam. E que era muito difícil que as pessoas pensassem da mesma maneira que os ministros, porque nesse tempo esquisito os ministros não eram escolhidos pelas pessoas em quem os ministros mandavam.

- Agora também não são, Carolina.

- Não são o quê?

- Os ministros não são escolhidos pelas pessoas. As pessoas escolhem um partido, que é um grupo de pessoas que tem as mesmas ideias, e esse partido é que escolhe os ministros.

Carolina percebeu que o pai estava a ver se a confundia com pormenores que não tinham nada a ver com o que ela lhe estava a explicar. Ela embirrava com esse costume que as pessoas crescidas tinham de interromper as conversas para se armarem em boas e para não terem de dizer que não sabiam as respostas. Mas Carolina não se deu por achada. «Ah! - disse ela. Que engraçado. As pessoas crescidas juntam-se umas às outras por terem ideias parecidas, é?». O pai suspirou: «Claro, Carolina. É como tu com os teus amiguinhos.» Carolina pensou que nunca ouvira maior disparate na sua vida toda, e foi isso mesmo que o declarou, ufana. «Eu cá - disse ela - acho que era uma grande chatice se os meus amigos tivessem as mesmas ideias do que eu. Ficávamos sempre a brincar à mesma coisa, já viste, pai?».

De nada adiantou o confuso esclarecimento prestado pelo pai, alegando que as pessoas tinham de arranjar ideias parecidas dentro das suas ideias todas diferentes umas das outras, tinham pelo menos que gostar das mesmas coisas e de se portar da mesma maneira para se poderem dar bem. «O que tu estás a dizer, paizinho, é que as pessoas têm de gostar das mesmas coisas para não refilarem umas com as outras. Gostar dos mesmos programas de televisão, por exemplo, ou dos mesmos filmes, ou das mesmas pessoas. Mas também não é assim tão fácil, porque se dois meninos gostarem da mesma menina acabam por se zangar, porque só um é que pode casar com ela, não é? O João zangou-se com o Bruno porque eu disse ao Bruno que quando fosse grande me ia casar com ele, estás a ver?» Agora era a boca do rapaz que estava esbugalhada, ou antes, escancarada de espanto.

Carolina ainda teve tempo de perguntar ao pai, com uma vozinha insuportavelmente melíflua, se o gato lhe tinha comido a língua, antes de o ouvir balbuciar: «Tu disseste o quê a quem?»

Carolina repetiu o que tinha dito, com um gesto de enfado. O pai começou a andar mais depressa, enquanto reprimia aquela vontade enorme de mandar calar a criança, ou de lhe pregar um sermão gigante começado pela célebre expressão «no meu tempo».

Mas não podia. Jurara a si próprio que nunca utilizaria com os seus filhos os argumentos estafados e aldrabões que os pais dele tinham despejado sobre a sua inocente cabeça para o tomarem igual ao que eles gostariam de ter sido. Um dos sonhos que aquela revolução antiga trouxera para a vida era esse. Cada um havia de ter o direito a ser tudo o que quisesse. Nunca mais ninguém ia ter medo. «Bom, medo, claro, toda a gente tem. Medo do escuro, do dentista, dos desastres, dos terramotos... Mas parece que os crescidos têm ainda mais medos, medos que nem são capazes de contar. Tudo os assusta: o dinheiro, o fim do mês, os amigos, o patrão, os amigos dos amigos, a namorada». Isto tinha dito a Carolina há uns meses sem mais nem menos.

E o rapaz lembrou-se daquela madrugada em que a Mariana foi bater à porta do quarto dos pais dele, aos gritos: «Ó minha senhora, Deus nos valha, anda aí uma revolução! Os homens estavam agorinha mesmo a dizer ali na rádio que as Forças Armadas estão a acabar com o regime, minha senhora! Até falaram de arrombamentos de sangue e tudo, minha Nossa Senhora!» O rapazinho saltara da cama mais do que depressa e correra a perguntar se aquela revolução era feita pelos bons ou pelos maus, mas os pais estavam tão aflitos como ele e também não sabiam. Naquela madrugada de quinta-feira, 25 de Abril de 1974, o rapaz obteve uma informação inédita e preciosa: afinal de contas, os pais não sabiam tudo. Eram iguais a ele. A princípio não gostou muito desta novidade.

Claro que antes daquela revolução ele já tinha percebido que havia pessoas tão poderosas que até os crescidos tinham medo delas. Às vezes o pai barafustava contra Marcello Caetano, que era o chefe do Governo, e punha-se aos gritos: «Desliga-me essa porcaria, que faz mal à vista», quando o senhor aparecia na televisão. Então a mãe punha-se a tremer e pedia-lhe que falasse mais baixo, porque as paredes tinham ouvidos. «Com esse teu feitio, filho, com essa mania que tu tens de ferver em pouca água, ainda um dia vais parar à prisão.» O rapaz não alcançava o motivo que levava as mães a tratar os pais por filhos, mas achava piada. Cogitava que não era possível vir um polícia para levar o pai para a prisão só porque ele não gostava daquelas «Conversas em Família» que eram realmente muito chatinhas, e parecia-lhe que a mãe dizia aquelas coisas para calar o pai. Era o mesmo estratagema que a Mariana usava para o fazer comer a sopa: «Se o menino não come, vem o homem do saco e leva-o». Ora.

Até que um dia, estava ele entretido a pintar bigodes e chifres e cabeleiras de mulher e assim nas caras dos senhores que apareciam nos jornais, quando a mãe entrou na sala aos berros: «O que é que tu estás a fazer, miúdo? Queres desgraçar-nos a todos? Tu nunca mais me voltes a fazer isso, ouviste? Se esses senhores sabem que tu estás a gozar com eles vêm cá a casa e levam-te preso, ouviste?»

Mas a partir daquele dia 25 de Abril a mãe nunca mais fez «chiu!». Agora ela também rezingava, alto e bom som, que o ministro X era um parvo e que o secretário de Estado Y ficava ridículo com aquele capachinho na cabeça. As discussões lá em casa tornaram-se animadas porque o pai era de um partido e a mãe era de outro. Afinal não houve derramamento de sangue (ou arrombamento, como dizia a Mariana) naquela revolução. Ao fim da tarde, o pai levara-o pela mão até à rua para ver as pessoas a rir e a chorar de alegria. Havia tanta gente nas ruas da cidade que o pai acabara por o pôr às cavalitas dele: «Olha bem para esta festa, meu filho. Nunca te esqueças deste dia.»

Nos dias que vieram a seguir, havia risos e cantigas novas por todo o lado, e o rapaz ouviu aquela história de heróis muitas e muitas vezes. Contaram-lhe como os jovens capitães e majores das Forças Armadas se tinham juntado para acabar com uma guerra que havia em Angola e na Guiné e em Moçambique. Era uma guerra estúpida que já durava há muitos anos e onde tinham morrido muitos rapazes. Aquilo de andar em África a matar africanos não fazia sentido nenhum. Os governantes de Portugal achavam que era missão de Portugal «possuir e colonizar domínios ultramarinos e civilizar as populações indígenas que neles se compreendam». Então e se outro país qualquer, ou mesmo outro planeta, aterrasse em Portugal e dissesse: «Descobrimos-te, portanto és nosso e vamos civilizar-te à nossa maneira?» Pois é. Era uma grande injustiça.

Foi isto o que os militares do 25 de Abril pensaram, e foi por isso que arriscaram a vida para deitar abaixo um regime muito antigo feito de pessoas que tinham tomado conta do Governo sem perguntar às pessoas se achavam bem ou mal o que eles decidiam. Eram ditadores. «Mas porque é que os militares demoraram tantos anos a revoltar-se contra esses ditadores?», perguntou o rapaz. E então os crescidos explicaram-lhe que num país onde é proibido pensar à vontade, as pessoas acabam por se esquecer de fazer perguntas e de pensar. Vão obedecendo, até que um dia se sentem tão tristes e tão angustiadas que abrem os olhos. Às vezes, diziam-lhe, as coisas ainda são mais complicadas do que isso; as pessoas começam por sentir que lhes estão a fazer uma injustiça pequenina e de repente reparam que aquela maldadezinha é só uma gota de uma maldade maior.

Os militares, diziam-lhe, começaram por se zangar porque tinham andado muitos anos a estudar para militares e um dia, como esses militares já eram poucos para a guerra, o Governo desatou a promover militares sem aqueles estudos e a dar-lhes as regalias que os outros militares tinham. Era inveja, diziam-lhe, como tu terias se um menino chegasse à escola e lhe dessem logo o diploma da quarta classe sem ter de se esforçar nada para isso, percebes? Ele percebia. O que lhe custava a entender era como é que de um sentimento tolo e feio como a inveja podia ter nascido aquele mundo novo, com soldados sorridentes de cravos nas espingardas e sem tristezas nem sustos.

Tinha só nove anos quando isso tudo aconteceu e havia de passar muito tempo até que pudesse perceber que os seres humanos são tão estranhos que são capazes de transformar as angústias mais mesquinhas nas mais belas paixões, assim, num instante, como se uma luz muito intensa lhes abrisse o coração e o tornasse num espelho claro do mundo. Só é preciso um bocadinho de uma dor qualquer, mesmo de má qualidade, para o coração derreter e ficar permeável a essa luz.

Adultérios e outros mistérios

- Ó pai, pára um bocadinho, que eu não posso correr mais!

Carolina estava vermelha e ofegante, e sacudia-lhe a mão, furiosa. O rapaz embrenhara-se de tal maneira nas suas recordações que nem tinha reparado que estava a ir depressa demais para a aquelas pernitas de cinco anos. Pegou na menina ao colo, deu-lhe um beijo, pediu-lhe desculpa e prometeu-lhe um gelado dos maiores assim que chegassem à esplanada. Cumpriu a promessa, enxotou as últimas névoas de sono para dentro de uma boa chávena de café e lembrou-se que ainda não tinha respondido à participação de casamento da filha.

- Olha lá, miúda, e se tu depois de casares com o Bruno deixares de gostar dele?

- Ora. Arranjo outro namorado.

Tinha resposta pronta para tudo, o estuporzinho. Mas desta vez tinha errado o alvo, ou seja, tinha respondido exactamente aquilo que ele esperava. Então o rapaz explicou à menina que antes daquela revolução de que a professora lhe tinha falado na escola havia uma lei que dizia que as senhoras que se fartassem dos maridos e arranjassem outro namorado passavam, no mínimo, dois anos na prisão, e no máximo oito. «Oito anos?! Mais do que os anos que eu tenho?» Pois, disse o pai, e contou-lhe que para os homens não era assim. Os homens podiam namorar outras senhoras à vontade, que ninguém lhes fazia mal. Só se levassem a namorada para dentro da casa da mulher é que tinham que pagar uma multa. E podiam abrir as cartas todas que as mulheres recebessem, e proibílas de trabalhar fora de casa e tudo. «Mas isso era uma grande maldade! Eu quando for grande vou ser suciola como o pai, e se o Bruno não deixar bato-lhe».

«Socióloga», corrigiu o pai, a rir. «É so-ci-ó-lo-ga - que se diz, Carolina. E sabias que os sociólogos não podiam fazer perguntas como tu fazes?» A menina ficou boquiaberta. «Então o que é que tu fazias, nesse tempo?» O pai explicou-lhe que nesse tempo ele era um menino pequeno, como ela, e a Carolina pôs-se ainda mais estarrecida. «Tu foste pequeno? Não acredito!». O rapaz percebeu que aquele espanto não era propriamente elogioso, e achou melhor desviar o assunto.

Contou-lhe que depois da revolução as pessoas tinham construído uma série de escolas que não havia antes, onde se aprendia a fazer perguntas que os chefes antigos não queriam que se fizessem. Por exemplo: Por que é que há tanta gente que não sabe ler? Por que é que as pessoas não têm todas direito a ter uma casa, comida, escola e brinquedos? Por que é que as pessoas não podem fazer greve quando lhes pagam mal? Por que é que as pessoas não podem escolher a profissão que lhes apetece?

Lembrava-se daquele amigo do pai que teve que ir viver para Angola porque tinha desistido de ser padre já no fim do Seminário e ninguém lhe dava emprego no Continente. Lembrava-se de ouvir o pai maldizer o cardeal e o Presidente, que estavam todos feitos uns com os outros, embora não parecesse. Aquele senhor tinha ido para padre por decisão da família, que não tinha dinheiro para o mandar para a Universidade. Um dia o senhor apaixonou-se por uma rapariga e decidiu sair da Igreja onde entrara sem fé. Mas o Estado perseguiu-o e obrigou-o a exilar-se nas Colónias que precisavam de «civilizadores». Lembrava-se também de ouvir a mãe contar a história daquela rapariga que queria ser médica, mas como era filha de um sargento teve de se ficar por um cursinho de Economia Doméstica. É que, no colégio onde essa rapariga estudava, só as filhas dos oficiais é que podiam tirar o sétimo ano e seguir para a Universidade.

Era assim que se evitava que o povo deixasse de ser povo, para que os privilégios e as hierarquias se mantivessem intocáveis e mansos. Lembrava-se de ficar acordado às escuras a ouvir as histórias terríveis de amores contrariados que as pessoas crescidas contavam na sala. Casamentos proibidos ou condenados pela família porque a noiva era filha de um calceteiro e o noivo de famílias distintas, ou ao contrário.

Depois do 25 de Abril, atormentadas pelas atribulações que as revoluções sempre trazem, as famílias mais pacatas esqueceram-se daqueles horrores todos e de outros ainda piores, como as torturas que os agentes da polícia política faziam às pessoas que se atreviam a lutar pelos seus sonhos ou os milhares de mortos e estropiados da guerra. As almas mais inseguras deram por si a rezar por um redentor que viesse impor uma ordem às suas vidas e proteger os seus pobres bens, e a amaldiçoar a dissolução dos costumes. Outras almas, movidas pela mesma insegurança, deram por si a ocupar casas, incendiar sedes de partidos que pensavam de outra maneira, tomar o Poder e humilhar os que os tinham humilhado.

Um sonho que seja teu

O rapaz contemplava a sua menina pequenina e pensava que era ainda cedo para lhe contar estas coisas todas, tintim por tintim, revoltas de Março e de Setembro, Verões escaldantes. Talvez nem sequer mais tarde essas histórias viessem a fazer sentido para ela. O tempo arrumara crises cruciais no álbum do pequeno enredo da História enquanto ele acabava de crescer. Mas era preciso crescer também para trás, para o sítio onde se guarda a infância. Um dia ele tinha que explicar à Carolina que a vida nem sempre fora assim livre, para que ela percebesse que ainda a podia tornar melhor. Mas hão havia de dizer: «No meu tempo.» Havia de a deixar experimentar o tempo dela, procurar as artes dela. Por muito que lhe custasse, não podia sequer pretender substituir-se aos sofrimentos que a haviam de levar ao seu próprio campo de sonhos.

Quando as pessoas tiveram a coragem de prescindir dos laços férreos do matrimónio instituído, meio mundo bradou que se caminhava para o descalabro total. E uns anos mais tarde, quando as pessoas começaram a arriscar-se à loucura das juras de amor eterno, outro meio mundo bradou que a juventude estava perdida, vendida ao capitalismo e ao egoísmo. O que importava dizer à Carolina era que todas as histórias do passado são ficções que criamos para nos consolar das coragens que não soubemos levar até ao fim. Contar-lhe que os filmes portugueses eram comédias e mesmo assim os produtores faliam. Contar-lhe que depois do 25 de Abril de 1974 as coisas também não foram fáceis, mas que aquela foi a primeira revolução sem sangue que o mundo conheceu.

Contar-lhe que a história completa daquele movimento de capitães só será conhecida em 1999, porque eles prometeram silêncio uns aos outros, para que não houvesse heróis maiores e menores e para que o Poder passasse, inteiro, para as mãos da sociedade civil. Dizer-lhe que ela não esqueça que um dia Portugal mudou de repente com uma revolução de flores.

- O que é uma revolução, pai?

Bolas, pensou o rapaz. E resmungou entre dentes, para ganhar tempo: «Quem me mandou pôr-te a ouvir As Quatro Ultimas Canções do Ricardo Strauss quando tu tinhas três meses?» E lá lhe explicou que fazer uma revolução é como partir uma régua que nos está a bater nos dedos, e depois tentar fazer com os pedacinhos daquela madeira partida bonecos completamente inventados por nós. Quando acabou de falar, o rapaz pôs-se a matutar e achou que se calhar aquela definição não era a mais conveniente para uma criança tão pequena. Mas surtiu efeito. A menina fez «hum», com um a muito entendido, e não perguntou mais nada.

- Pronto, querida. Temo de ir embora, porque o pai tem de ir trabalhar.

- Para quê?

Ia responder-lhe, de rajada que se não acabasse aquele trabalho sobre formas de delinquência na sociedade portuguesa contemporânea não tinha dinheiro para lhe comprar aquele gelados enormes que ela devorava em menos de um minuto. Mas conteve-se e disse apenas que aquele trabalho era muito importante.

- Mais importante do que brincar comigo às revoluções? Não acredito

Texto de Inês Pedrosa

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dia Mundial do LIVRO!



Deixo-vos um resumo do livro que tirei do site: http://pt.shvoong.com/books/self-improvement/1745335-pequeno-ditador/
O livro, “O pequeno ditador trás à discussão um tema do momento, a violência dosjovens, na escola, nas ruas e até mesmo, dentro de suas casas. Javier Urra, psicólogo forense no Ministério da Justiça espanhol, é o seu autor. O livro é um best-seller na Espanha e em Portugal. Para definir, o pequeno ditador é alguém que assumiu para si mesmo que tem o direito de impor a sua vontade. Ocorre que, nenhum pai, de sã consciência, gostaria de “especializar” e ter na sua casa pequenos ditadores. Evitar que isso ocorra é o objetivo do manual de Javier Urra. Ele explica: limites e regras são fundamentais na educação das crianças. Saber dizer não pode ser o primeiro passo para que os filhos se tornem mandões dentro de casa.” O autor refere-se a crianças que, mediante aprovação ou omissão dos seus pais, se sentem bem sendo agressivas, se sentem bem conseguindo tudo o que querem, independentemente dos meios que use para isso. Tudo gera, segundo o autor ao redor do "eu", o "para mim", o "comigo". “Vê os pais como provedores dos seus desejos e caprichos, os professores como alguém que está ali porque os pais lhes pagam para isso. Enfim, o pequeno ditador é alguém que quer que tudo gire à sua volta”. Para o autor, o perfil mais genérico do pequeno ditador é: oito em cada dez agressores são rapazes e a vítima é sempre a mãe. Em alguns casos o pai também é maltratado... E são famílias em que às vezes a mãe quer educar, quer que o filho tome banho, que faça as tarefas e o pai não faz nada, faz de conta que não é nada com ele... Para o autor há um amplo contexto em questão, sendo elemento mais abrangente a imensa pressão capitalista que impõe que se trabalhe muitas horas para se ganhar muito dinheiro. E, pra isso, em geral, se tem de estar longe de casa e separado dos filhos por grande número de horas, todos os dias. Há uma constatada falta de autoridade, e com isso não existem normas nem critérios. Sem isso não haverá limites para absolutamente nada. Violências filiais surgem em formas de ameaças, chantagens, insultos até mesmo a agressão física. Mas, é preciso evitar que as coisas cheguem a este ponto. Para tanto, temos de educar as crianças para serem respeitadoras, perceberem que os pais gostam delas e estão do seu lado, mas que também têm os seus direitos. Importa saber que estas crianças são igualmente vítimas. Importante notar, entretanto que, os próprios pais também podem ser “pequenos ditadores” e este é um grande problema, alerta o autor, sendo duros e insensíveis. Daí que muitos jovens, cada vez mais, são violentos: São ás vezes desrespeitadores, não têm respeito nem por si mesmos, pelas normas... Há casos, por exemplo, em que os jovens se viram contra os professores e os pais põem-se do lado dos filhos, invariavelmente. Isso é um erro“. O livro de Javier Urra, na realidade é um manual sobre a gestão do comportamento infantil, um manual de convivência com os filhos. Possui uma série de casos reais e também um índice adaptado à realidade portuguesa, e por extensão mundial. Trata a educação dos filhos como decorrência de uma ação atenta e comprometida, na base de vínculos e de afeição.

A CRIAÇÃO DE UM TIRANO

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Celulite!Os homens não gostam!

Ora ai está um bom motivo....


para rir!

Uma campanha publicitária a certa clínica estética(PERSONNA) enche as ruas de Lisboa com cartazes exibindo a foto de uma jovem, alta, magra, bronzeada, de longos cabelos dourados mexidos pelo vento, biquíni preto, saltos agulha, óculos escuros, acompanhada por um dos seguintes slogans: “Eles não gostam de celulite”.

A imagem do outdoor apela ao que há de mais negativo no culto do corpo; a imposição da imagem de série. A negação do DNA.

As mulheres têm celulite; se os homens não gostam, temos muita pena, virem-se para os do mesmo sexo; os que não tenham celulite!


Temos muita pena, mas as mulheres, após a puberdade, ganham gordura no rabo, nas ancas, nas pernas.
É a vida. É mesmo a vida, no seu sentido mais literal.

Esta brilhante tirada publicitária só pode ter vindo da cabeça iluminada de um qualquer homem.

Vamos lá ver os possíveis slogans para outdoors gigantescos a espalhar por ai,SR publicitário:

-ELAS não gostam de pelos a mais;
-ELAS não gostam que cortem as unhas dos pés em cima da mesa da sala;
-ELAS não gostam de tampas da sanita levantadas,
-ELAS não gostam das amigas deles e das ex-namoradas, essas, nem falar
-ELAS não gostam que cocem os tomates (muito menos em público);
-ELAS não gostam do resultado de “campeonato nacional + liga dos campeões + taça UEFA + taça de Portugal”;
-ELAS não gostam de arrotes (daqueles tipo:tou cheio que nem um porco);
-ELAS não gostam de pilas pequenas;
-ELAS não gostam de cheiro a suor;
-ELAS não gostam que eles contem os feitos históricos que tiveram e que não tiveram(principalmente com outras);
-ElAS não gostam de meias e cuecas no chão da casa de banho;
-ELAS não gostam de sexo sem prazer;
-ELAS não gostam de ser usadas como um objecto em campanhas publicitárias, cujo o único objectivo é chocar,causar o terror!

Amigos da PERSONNA eu para além de não ter dinheiro para ir á vossa clínica, estou-me a cagar para o que os homens não gostam (segundo os vossos olhos).

Lamento mas não teve o efeito esperado!

11 meses

-bate palminhas;
- dá miminhos (xi-corações/beijos);
- sopra na colher da comida quando dizemos "está quente";
- faz caretas e depois ri-se à gargalhada;
- diz onde "está a tonta" , "a barriga" e a "pila";
- quando dizemos "tá lá" encosta a mão ao ouvido e diz "tá";
- pede comida a fazer ba-ba-ba com os lábios;
- brinca sozinho às escondidas, ou seja, tapa-se e destapa-se sozinho;
- dá-nos as coisas quando lhas pedimos (mesmo que seja de má vontade..);
- já anda (e já cai também);
- compreende: vamos à rua, vamos ver o cão, dá, diz adeus, dá miminho, dança, canta, olha ali, anda cá, não mexe, , toma, papa, água, faz shapp shapp, upa...;
- já dança. De pé, flete os joelhos para cima e para baixo, dá aos braços (temos bailarino);
- diz conscientemente : ca (cão), brrrr (mota),, papa (pai), u (comboio), dá, ...;
- mantém longas conversas de xi-pu-ca-li-na-ba-ba-tu-pim-co-la, etc ,etc. (connosco ou com um simples objecto);
- chama-nos (ou o que pretender) esticando a mão e abrindo;
-a e fechando;
- começou a dar beijinhos a sério, com barulho e sem baba!- quando é comida aos pedacinhos come muito bem sozinho;
- quando lhe pedimos alguma coisa e não quer dar ou fazer, acena que não com a cabeça e com a mão e por vezes gritas;
- conhece todos os cantos da casa. Ainda não tirei nada do sitio (excepto o que suscite perigo)
- acorda e fica sossegadinho na cama a brincar(ou não);
- 4 dentes ;
- passa dias e dias sem chorar :));
- é super ultra mega simpático e sorridente! Em qualquer hora, lugar ou circunstância;
- adora pão e bolachas Nody;
- não liga nenhuma a brinquedos (acho que sai a mim);
- conhece o barulho da mota do Rafa e do comboio, o papa já prometeu que nestas férias íamos dar uma voltinha :);
- quando tem sono, enrosca-se em nós, e adora dormir sobre o nosso peito;
- alça a perna para tentar subir às coisas.- continua super activo e mexido..;
- é um palhacito. Faz imensas macacadas e ri-se como um doido (nisto sai ao pai lol);
- só quer andar, andar, andar;

O QUE O FAZ SORRIR:
- tudo e mais alguma coisa..

O QUE O FAZ DAR GARGALHADAS:
- cócegas
- escondidas
- o nosso aiiii quando nos magoa
- rebolar em cima da cama ou no chão
- as nossas gargalhadas

O QUE O FAZ GUINCHAR:
- andar de mota
- ver os cães
- quando lhe mostram algo que ele quer

O QUE O FAZ CHORAR:
- falta do colinho da mamã
- que não lhe dêem atenção
- ver a mamã ir embora
- o soninho
- a fome

O QUE O IRRITA:
- que lhe tirem coisas que ela gosta
- que não a deixem à vontade dele
- que ralhem com ele

O QUE O ACALMA:
- o colinho da mamã
- o leitinho

O QUE O DISTRAI:
- Tupperwares, colheres de pau e afins
- migalhas
- a TV
- andar pela casa fora
- o banho
- ter um monte de coisas de um lado e mudá-las para o outro, faz isto vezes e vezes sem conta- uma gaveta aberta

O QUE O FASCINA:
- desenhos animados
- música
- andar no triciclo
- migalhas de pão
- rua

O QUE NÃO LHE DIZ NADA:
- brinquedos

O QUE O FAZ PULAR:

- ir à rua
- ver o cão
- ver os papás
- ver o triciclo
– andar de mota

sábado, 18 de abril de 2009

Hoje temos o pai doentinho!

sexta-feira, 17 de abril de 2009


Inspiro profundamente, enchendo os pulmões, a ganhar alento para novas batalhas com o corropio irrequieto dos pensamentos, a tentar segurar as palavras indomadas e bem oxigenadas que me irão sair pelos dedos fora, enquanto, já cansada, regresso, saciada, ao meu espaço íntimo, que guarda, preciosamente, os segredos de ser eu.

Por vezes dou por mim a imaginar se todos á minha volta fossem surdos(tipo ensaio sobre a surdez)! Tão bom...

Poder dizer tudo o que tenho na vontade sem sofrer repercussões.

Não!Não é cobardia, é a vida!

Ele há pessoas, que me tiram do sério, que me irritam que me fazem greeeeeeegre...
sabem, aquelas pessoas hipócritas,falsas,pobres de espírito,invejosas,más.....

Aquelas pessoas por quem todos estamos rodeados, e que por vezes nos fazem pensar se:Eu também sou assim?Eu também faço isto?Eu também penso assim?

Não!Absolutamente não!

Eu não sou assim!

Não sou melhor!Sou feita de outra fibra,acredito em outras coisas,quero outras coisas!
Não vejo o sucesso dos outros como uma rasteira, vejo-o sim como um estimulo...

Lido bem com a existência de mais 6,5 bilhões de habitantes!



segunda-feira, 13 de abril de 2009

A morte devagar


Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

Martha Medeiros

O meu filinho já dá uns beijinhos muito bons, com barulho e tudo!
Tão bom!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Já todos sabíamos que havia grandes diferenças entre Obama e Sarkozy.Mas dito por quem os ama, parecenos muito mais divertido.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".

O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.

O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso




Já era tarde, uma anomalia ficou por resolver!
-Desculpa ter-te ligado mas preciso de uma ajuda.
-Tudo bem diz
-(...)
-(...)
-Agora fiquei a dever-te um café...
-(...)
Foi assim que tudo começou.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

  • Por vezes tenho-me despersado um pouco do tema do meu blog! Divago sobre a minha vida, problemas...
10 meses e tal

DESINTERESSES:
- não gosta que lhe tirem coisas da mão (claro..)

- agora conseguir que fique deitado para mudar a fralda, é uma aventura...

- não liga muito a brinquedos. (Com o tempo tem vindo a desprezá-los cada vez mais..


INTERESSES:
- adora pão e bolacha maria/Nody.

- é fanático por leite.

- continua a adorar desenhos animados.

- adora ir no carrinho do supermercado. (Ri-se e dá aos pés,ainda não começou foi a meter lá para dentro)

- o CD "panda festival" fá-lo delirar. Dá gritinhos e risos de alegria cada vez que o ouve. (Já não aguento.)

- adora dançar.

- música, muita música e festarola é que é!

- delira com o primo, claro :D

- adora brincar às escondidas.

- adora cães. (O que a tia Rute deu mais o tiu Julio)

- adora sentir que vai à rua. (O vencedor do colo é sempre o que está mais próximo da porta.)

- telemóveis, computadores, comandos, chaves, etc, etc.

- brincadeira preferida: na cama dos papás ou no sofá. (A saltar de um para outro, a rebolar, a levantar-se, sentar-se e afins. Até cair de cansaço...)

CONQUISTAS:
- ri-se por tudo e por nada. (e nada é mesmo nada. Tipo: está sozinho, no silêncio e dá gargalhadas. lol)

- come praticamente de tudo.

- sustenta-se em pé e sem apoios durante alguns minutos.

- caminha para trás e para a frente no sofá e de cadeira em cadeira. (Às vezes larga-se um pouquinho para dar um passinho.)

- já escolhe a posição em que quer adormecer. (E ele há com cada uma....)

- faz imensos "ginetes".

- diz muito bem adeus.

- senta-se, deita-se, levanta-se etc à vontade dele.

-continua a dormir muito e bem.

- mete-se com toda a gente: na rua, no supermercado e afins.

- o cabelo está a crescer Finalmnte

- quando tem sono já faz "miminhos". (Recosta-se no nosso ombro ou deita-se sobre o nosso peito. É delicioso...)

- faz festinhas (mas um pouquinho à bruta...)

- dá mais cinco.

- faz "traaaaas", ou seja, põe a cabeça de lado quando nós pomos

- faz muiiiiito chap-chap no banho. (É uma festa!)

- 0s dentes! (já sao 4)

- imita ou tenta imitar tudo o que fazemos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009


Falo de coisas passadas vivendo o presente dentro de um futuro já vivido na ingenuidade de ser quem não sou, quem não vejo, quem não quero saber, e procuro-me na magia das palavras soltas escritas à beira de rios criadas por lágrimas daqueles que sorriem num total desespero da alma.


quarta-feira, 1 de abril de 2009



Tenho mais do que peço. Menos do que quero. Talvez porque gosto que me dêem sem eu pedir. Quero o que não peço. Pedir é forçar. E o que é forçado, quebra-se mais rapidamente. Quero aquilo que não consigo pedir, por isso ninguém me dá o que não tenho.