quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
O Santiago!
- Descreve tarefas, o seu dia a dia, o que pretende, o que pensa.
- As brincadeiras mantêm-se pela particularidade dos desenhos e de um ou outro jogo. Nada mais.
- Adora desenhos animados, e elege o Bob, o Construtor
- Adora animais.
- É super meiguinho :) beijinhos, miminhos, abraços, palavras melosas (maexinha, uiiiinda, adoio-te, etc) é com ele!
- Adora cantar e dançar.
- Tudo o que fala é super perceptivel, não é nada "espanholado" lol
- Imita tudo o que nós fazemos.
-É bastante independente.
- É muito agarrado à familia e às pessoas que o rodeiam. Não é estranho e dá beijinhos e abraços a toda a gente.
- Tem (como a mãe) a pancada pela ordem e as limpezas! Arruma sempre os brinquedos todos, e se vê algo fora de sitio ou um lixo no chão, diz logo!
- Diz "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" apropriadamente.E desapropriadamente.
Por vezes na cama preparado para dormir mas sem muito sono, diz Bom dia e ri-se imenso.
- Reconhece e distingue toda a gente pelos nomes, incluindo os avós, ou seja diz vó, vô ou tio/a e seguido do nome.
em relação á minha mãe e á BI.Diz avó e a outra.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Agenda!
Haverá tempo para tudo o que ainda quero fazer?
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Frio em Novembro, Natal em Dezembro
terça-feira, 29 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O que somos!
E não param de falar de si
E por todos os lados gente que não para de correr
E não param para olhar pra si.
E por todos os lados guerras, revoltas, intrigas e inveja,
De um mundo que á muito tempo deixou de existir.
Todos estão simplesmente indo
Comem, bebem ....
Mas são como zumbis.
Ninguém sabe o que anda a fazer....
E poucos ainda se perguntam: O que vim fazer aqui?
O fluxo, segue o fluxo,
Abre porta, fecha janela,
O corpo, o morto,
Tudo dentro dela
A pergunta é sincera,
Mas a resposta essa....
cínica, bandida:
O que vim fazer aqui?
domingo, 27 de setembro de 2009
Marguerite Yourcenar
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Louco é quem não procura ser feliz com o que possui.
Cego é aquele que não vê o seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para os seus míseros problemas e pequenas dores.
Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir o desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir os seus tostões no fim do mês.
Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
Paralítico é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam da sua ajuda.
Diabético é quem não consegue ser doce.
Anão é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: miseráveis são todos que não conseguem falar com Deus.
Texto da professora Renata Vilella, geralmente atribuído a Mário Quintana
quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.
A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.
A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colassanti
terça-feira, 8 de setembro de 2009
No fundo, bem no fundo, é pouca a diferença entre um líder fraco e um actor porno
Carlos Queiroz, após jogo com Dinamarca.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Salazar estás perdoado...
Para além de todo o ridículo do vídeo(questão política), ainda fiquei confusa...
mas ela anda ou não anda a comer o Uva.
Baleia/Sereia
Dizem que uma mulher jovem-madura, cujas características físicas não interessam, respondeu à pergunta publicitária nestes termos:
"Estimados Senhores:
As baleias estão sempre rodeadas de amigos (golfinhos, leões-marinhos, humanos curiosos). Têm uma vida sexual muito activa, engravidam e têm baleiazinhas ternurentas, às quais amamentam.
Divertem-se à brava com os golfinhos, enchendo a barriga de camarões. Brincam e nadam, sulcando os mares, conhecendo lugares tão maravilhosos como a Patagónia, o mar de Barens ou os recifes de coral da Polinésia.
As baleias cantam muito bem e até gravam CD's. São impressionantes e practicamente não têm outros predadores além dos humanos. São queridas, defendidas e admiradas por quase toda a gente.
As sereias não existem. E, se existissem, fariam fila nas consultas dos psicanalistas, porque teríam um grave problema de personalidade,
"mulher ou peixe?".
Não têm vida sexual, porque matam os homens que delas se aproximam, além disso, por onde? Por isso, também não têm filhos. São bonitas, é verdade, mas solitárias e tristes. Além disso, quem quereria aproximar-se de uma rapariga que cheira a peixaria?
Para mim está claro, quero ser baleia.
P.S.: Nesta época em que os meios de comunicação nos metem na cabeça a ideia de que apenas as magras são bonitas, prefiro disfrutar de um gelado com os meus filhos, de um bom jantar com um homem que me faça vibrar, de um café e bolos com os meus amigos.
Com o tempo ganhamos peso, porque ao acumular tanta informação na cabeça, quando já não cabe, espalha-se pelo resto do corpo, por isso não estamos gordas, somos tremendamente cultas. A partir de hoje, quando vir o meu rabo no espelhos, pensarei, Meu Deus, que inteligente que sou..."
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
domingo, 9 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
percorro caminhos nos trilhos do vento, e cheiro... sinto o cheiro do sal do sol
Sinto o tempo o sossego nos gritos que outrora me confundiam e grito também
fecho os olhos e respiro
apodero-me das almas que me penetram a visão
e diante de contradições, respiro o ofegante sabor da imaginação.
Abandono por momentos o meu corpo,
e fluo, fluo neste vento que me leva
a ver marés de palavras não ditas.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quero demorar mais tempo, porque se souber esperar para ver, vejo mais claro de certeza. por causa do tempo dentro do templo.
ver de dentro o que esta fora...e nao fora e recolher dentro..de fora por vezes é ja tudo tao viciado, tao acostumado...tao conformado na forma de sempre a que nos deixamos sem perceber, habituar...
habito o templo que quero para com tempo contemplar...e so assim posso voar.de olhos fechados sem sair do lugar...
diz o pessoa, pra viajar basta existir. para comtemplar basta existir, e assim me levo na viagem dum voo mais alto e mais lento.
viajo neste blog á precisamente um ano
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
INTERRUPÇÃO...
domingo, 26 de julho de 2009
14 meses e 4 dias!
Quer comer com as mãos? Come. Quer comer com colher? Come. Quer mexer na água? Mexe. Quer andar de joelhos no chão ou rebolar num jardim? Pois bem, que assim o seja.
Tudo tem limites, é óbvio. E no que não se pode tocar, não se toca. Porém, tudo o resto, deixo que ele explore, independentemente das nódoas ou rasgões.
Eu mesma, já com (praticamente) 25 anos, se não fosse sentir-me intimidada pela vergonha da minha idade, acho que ainda seria uma exploradora nata.
Por isso, imagino-me com um singelo ano de idade, acabadinha de sair da minha concha e com tanta coisa nova à minha volta, privada de sentir, mexer, tocar...
Todas as suas conquistas diárias têm-se revelado para nós, um presente sem preço.
Apesar de tudo o que já foi pela sanita abaixo ou então enviado pela varanda da avó Mimi.
Enfim, nem vale a pena pensar muito em tudo o que já foi destruído e reconstruído.
O meu filho é lindo,perfeito e saudável,o resto pois bem....
Já sabe imitar a maioria dos animais da quinta(gato,cão,galinha,vaca,porco,rato,galo,...).
Continua a comer muito bem(tão bem que não consigo dividir a minha dose com ele.
É uma criança verdadeiramente mimocas, como eu sempre desejei que um filho meu fosse.
Vejo nele a minha alma, o meu anjo, a minha sombra e uma companhia para a vida.
Estás cada vez maior e maior e maior....
sábado, 25 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
A maldade dos outros...
Tive a sorte, enquanto criança e adolescente, não conhecei ninguém que encaixasse nesse perfil.
Talvez porque as crianças são inocentes e ingénuas. E talvez porque não julgam a atitude dos outros.
Mas, a verdade, é que à medida que fui crescendo fui sendo confrontada com essa realidade.
Existem pessoas más e, sem avisar, elas cruzam-se no nosso caminho.
Não estou a falar de bruxas. A essas até lhes acho piada.
Estou a falar de pessoas que não suportam a felicidade dos outros.
Que de tão podres que são, se tornam pessoas más. Umas de forma consciente, outras de forma inconsciente. Umas sem retorno e outras que se puserem a mão na consciência talvez ainda possam ser desculpadas pelos seus actos menos correctos(ou talvez não).
As pessoas fazem tudo para destruir o que quer que seja dos outros,por vezes nem de bem se trata(não importa).
A vida ensinou-me que por vezes a melhor solução é ser indiferente.
É não entrar em conflito directo. É ser forte! Não dar espaço na nossa vida a essas pessoas.
Ignorar!
A vida ensinou-me que a minha felicidade está nas minhas mãos e por isso, não devia alimentar esses conflitos.
Confesso que, por vezes, não é fácil, mas tenho-me mantido fiel aos meus principios.
Pessoas assim não me tiram o sono e muito menos me roubam a felicidade.
Pessoas assim fazem-me sentir pena... Pena por não saberem ser felizes.
Pena por não saberem que ao roubarem a felicidade dos outros não vão nunca aumentar a delas.
E logo eu que não gosto de sentir pena...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Sobre a felicidade, por Miguel Esteves Cardoso
“...Feliz é uma coisa que se é ou não é. Não se pode "estar" feliz. Pode-se estar bem disposto, pode estar-se alegre, pode estar-se satisfeito, mas feliz é a coisa que simplesmente não faz sentido estar. Ou se é ou não se é.
...Feliz é também uma coisa que ninguém se torna, que ninguém fica e que ninguém compra. Ou se é ou não se é. É como ser louro (apesar de eu achar que ser feliz é mais parecido com ser moreno). As pessoas felizes são aquelas que têm vergonha de falar nisso. Em Portugal, dizer "eu sou feliz" é como dizer "eu sou rico". É escandaloso.
...Para se ser feliz é preciso ser-se um pouco cegueta. Entre as coisas que as pessoas miseráveis, normais, estão sempre a chamar às pessoas felizes, há: ingénua, lírica, naïf, boazinha. Aquela de que gosto mais é "Vives noutro mundo!". Haverá coisa melhor que viver noutro mundo, para quem conheça minimamente este?
...Em Portugal, a felicidade é reprimida. A felicidade, em Portugal, é considerada uma espécie de loucura. Porquê? Porque os portugueses, quando vêem uma pessoa feliz, julgam que ela está a gozar com eles.
...Ninguém tem pena das pessoas felizes. Os portugueses adoram ter angústias, inseguranças, dúvidas existenciais, porque é isso que funciona na nossa sociedade. As pessoas com problemas são mais interessantes. Nós, os tontos, não temos interesse nenhum porque somos felizes.
...E, no entanto, as pessoas felizes também sofrem muito. Sofrem, sobretudo, de culpa.
...As pessoas felizes precisam de se afirmar, de deixar de fingir que também estão permanentemente na fossa. Devia haver emblemas grandes a dizer "EU SOU FELIZ E ESTOU-ME NAS TINTAS" ou "EU SOU FELIZ E NÃO TENHO CULPA".
...As pessoas felizes também choram, também sofrem, também se angustiam. Só que menos. Aliás, muito menos...”
segunda-feira, 22 de junho de 2009

Há coisas que fazem sentido colocar num blog e esta faz todo o sentido!!
“Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 25 centavos e outra menor, de 50 centavos.
Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não tinha percebido que amoeda maior valia menos.
'Eu sei' - respondeu o tolo assim: 'Ela vale duas vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar a minha moeda'.
Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
Mas a conclusão mais interessante é:
A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.
'O maior prazer de uma pessoa inteligente é parecer o idiota, diante de um idiota que parece inteligente'.”
quarta-feira, 17 de junho de 2009
ZZZZZZZZZZZZZZZZ
Está calor não está?
Está na altura em que na curta rua do lugar onde o Santiago está a ser criado e onde eu cresci que depois do jantar ao pessoas se sentam na rua, onde as crianças brincam no lancil até tarde, onde os (agora poucos) velhotes tiram as os bónes para limpar o suor da testa.
Este tempo traz-me á memória muitas coisas boas!
Mas hoje não vim para aqui divagar.
Venho deixar fotos do batizado!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
O que andamos a ler!

Eivado de um humor negro que oscila entre a ternura e a revolta, esta pequena jóia literária narra um conjunto de instantâneos da vida de um pai a braços com dois fins do mundo, os seus dois filhos deficientes profundos.
Marcadamente autobiográfico, o livro constituiu a grande sensação literária da rentrée francesa de 2008, ocupando por diversas semanas os tops de vendas.
Uma abordagem inaudita sobre a deficiência mental, um livro de antologia que cativará todos os leitores.
«Que fazer? Chorar? Lamentar-se? Maldizer Deus, o
Céu e a Terra? Revoltarse? Resignar-se? Compadecer-se? Após tantos anos de provações e de silêncio, Jean-Louis Fournier escolheu o humor. Quase o riso. Humor negro e um sorriso redentor.»
Preço Fnac:13,30€
Aderente:10% de desconto
sábado, 16 de maio de 2009
Festa preparativos-Parte II !
Buffet-Decidido!
Decoração-OK. Tons de azul e branco com muitos balões á mistura.
Roupas-Tudo tratado.
Bolo-Encomendado. Simples, com massa pão a revestir em branco, e com umas pegadas nº20 por fora.
Ofertas-Acabei de as fazer.Umas espetadas de gomas,só para a pequenada.
Animação-Palhaços,pinturas faciais,Play Station, Jogos diversos,....E a Quinta têm muitos animais....

terça-feira, 5 de maio de 2009
Festa-Preparativos!
- Convites-Entregues √
Andamos nos preparativos do aniversário/baptizado do nosso xixoquinha!
Bem são tantas as coisas em que temos de pensar:
-Convites (entregues,pelo menos quase todos);
-Ofertas;
-Igreja;
-Roupa(para todos);
-Vela/concha/toalha;
-Local para a festinha;
-Convidados;
-Padrinhos;
-Ementa;
-Bolo;
-Fotografo (meu Deus esta já ia passando);
-Animação;
-Decoração;
-Itenerários;
-(...).
- Reunião Padre √
É um senhor simpático não daqueles padres antiquados que condenam os pais não casados.
Muito acessível e simpático.
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Sou grande!
sábado, 25 de abril de 2009
Os meninos que eram muito pequenos no dia 25 de Abril de 1974 já têm filhos que são tão pequenos como eles eram nos anos da Revolução. Para eles, já não há perguntas proibidas nem razão para não exigir as respostas todas. Para eles, os cravos são flores absolutamente normais. Eles já não sabem que nem sempre foi assim e isso é muito bom. Para eles, os capitães de Abril podem ser só aquilo que eram para ser: heróis felizes«Ó PAI, é verdade que tu dantes não podias escrever a verdade?» O rapaz olhou para ela, com aqueles olhos esbugalhados que os rapazes sempre têm quando olham para as suas meninas pequeninas. Corria o mês de Abril de 1990 e aquela manhã de sábado acordara muito bem disposta, com um sol radioso. Mas o rapaz estava zonzo. Ainda mal tinha sacudido o sono, já a garota disparava uma daquelas perguntas espessas que o obrigavam a ginasticar o cérebro todo de uma vez. Ocorreu-lhe dizer: «Piedade, Carolina! Deixa ao menos o pai tomar um cafezinho!», mas aquele arzinho dela, todo viçoso e prazenteiro, engasgou-lhe o propósito. Não ia agora sujeitar-se a vê-la impante de sabedoria, a olhar para ele com uma caridade imensa, como se dissesse: «Pobrezito! Precisa de ajuda para pensar um bocadinho, coitado.» Por isso decidiu contra-atacar de igual para igual: «Quem é que te disse isso?»
Então Carolina explicou ao pai que a professora lhe tinha contado que antes do 25 de Abril, que era uma revolução que tinha acontecido há muitos anos, as pessoas não podiam escrever aquilo que pensavam, a não ser que pensassem as mesmas coisas que pensavam os ministros e as outras pessoas que mandavam. E que era muito difícil que as pessoas pensassem da mesma maneira que os ministros, porque nesse tempo esquisito os ministros não eram escolhidos pelas pessoas em quem os ministros mandavam.
- Agora também não são, Carolina.
- Não são o quê?
- Os ministros não são escolhidos pelas pessoas. As pessoas escolhem um partido, que é um grupo de pessoas que tem as mesmas ideias, e esse partido é que escolhe os ministros.
Carolina percebeu que o pai estava a ver se a confundia com pormenores que não tinham nada a ver com o que ela lhe estava a explicar. Ela embirrava com esse costume que as pessoas crescidas tinham de interromper as conversas para se armarem em boas e para não terem de dizer que não sabiam as respostas. Mas Carolina não se deu por achada. «Ah! - disse ela. Que engraçado. As pessoas crescidas juntam-se umas às outras por terem ideias parecidas, é?». O pai suspirou: «Claro, Carolina. É como tu com os teus amiguinhos.» Carolina pensou que nunca ouvira maior disparate na sua vida toda, e foi isso mesmo que o declarou, ufana. «Eu cá - disse ela - acho que era uma grande chatice se os meus amigos tivessem as mesmas ideias do que eu. Ficávamos sempre a brincar à mesma coisa, já viste, pai?».De nada adiantou o confuso esclarecimento prestado pelo pai, alegando que as pessoas tinham de arranjar ideias parecidas dentro das suas ideias todas diferentes umas das outras, tinham pelo menos que gostar das mesmas coisas e de se portar da mesma maneira para se poderem dar bem. «O que tu estás a dizer, paizinho, é que as pessoas têm de gostar das mesmas coisas para não refilarem umas com as outras. Gostar dos mesmos programas de televisão, por exemplo, ou dos mesmos filmes, ou das mesmas pessoas. Mas também não é assim tão fácil, porque se dois meninos gostarem da mesma menina acabam por se zangar, porque só um é que pode casar com ela, não é? O João zangou-se com o Bruno porque eu disse ao Bruno que quando fosse grande me ia casar com ele, estás a ver?» Agora era a boca do rapaz que estava esbugalhada, ou antes, escancarada de espanto.
Carolina ainda teve tempo de perguntar ao pai, com uma vozinha insuportavelmente melíflua, se o gato lhe tinha comido a língua, antes de o ouvir balbuciar: «Tu disseste o quê a quem?»
Carolina repetiu o que tinha dito, com um gesto de enfado. O pai começou a andar mais depressa, enquanto reprimia aquela vontade enorme de mandar calar a criança, ou de lhe pregar um sermão gigante começado pela célebre expressão «no meu tempo».
Mas não podia. Jurara a si próprio que nunca utilizaria com os seus filhos os argumentos estafados e aldrabões que os pais dele tinham despejado sobre a sua inocente cabeça para o tomarem igual ao que eles gostariam de ter sido. Um dos sonhos que aquela revolução antiga trouxera para a vida era esse. Cada um havia de ter o direito a ser tudo o que quisesse. Nunca mais ninguém ia ter medo. «Bom, medo, claro, toda a gente tem. Medo do escuro, do dentista, dos desastres, dos terramotos... Mas parece que os crescidos têm ainda mais medos, medos que nem são capazes de contar. Tudo os assusta: o dinheiro, o fim do mês, os amigos, o patrão, os amigos dos amigos, a namorada». Isto tinha dito a Carolina há uns meses sem mais nem menos.E o rapaz lembrou-se daquela madrugada em que a Mariana foi bater à porta do quarto dos pais dele, aos gritos: «Ó minha senhora, Deus nos valha, anda aí uma revolução! Os homens estavam agorinha mesmo a dizer ali na rádio que as Forças Armadas estão a acabar com o regime, minha senhora! Até falaram de arrombamentos de sangue e tudo, minha Nossa Senhora!» O rapazinho saltara da cama mais do que depressa e correra a perguntar se aquela revolução era feita pelos bons ou pelos maus, mas os pais estavam tão aflitos como ele e também não sabiam. Naquela madrugada de quinta-feira, 25 de Abril de 1974, o rapaz obteve uma informação inédita e preciosa: afinal de contas, os pais não sabiam tudo. Eram iguais a ele. A princípio não gostou muito desta novidade.
Claro que antes daquela revolução ele já tinha percebido que havia pessoas tão poderosas que até os crescidos tinham medo delas. Às vezes o pai barafustava contra Marcello Caetano, que era o chefe do Governo, e punha-se aos gritos: «Desliga-me essa porcaria, que faz mal à vista», quando o senhor aparecia na televisão. Então a mãe punha-se a tremer e pedia-lhe que falasse mais baixo, porque as paredes tinham ouvidos. «Com esse teu feitio, filho, com essa mania que tu tens de ferver em pouca água, ainda um dia vais parar à prisão.» O rapaz não alcançava o motivo que levava as mães a tratar os pais por filhos, mas achava piada. Cogitava que não era possível vir um polícia para levar o pai para a prisão só porque ele não gostava daquelas «Conversas em Família» que eram realmente muito chatinhas, e parecia-lhe que a mãe dizia aquelas coisas para calar o pai. Era o mesmo estratagema que a Mariana usava para o fazer comer a sopa: «Se o menino não come, vem o homem do saco e leva-o». Ora.Até que um dia, estava ele entretido a pintar bigodes e chifres e cabeleiras de mulher e assim nas caras dos senhores que apareciam nos jornais, quando a mãe entrou na sala aos berros: «O que é que tu estás a fazer, miúdo? Queres desgraçar-nos a todos? Tu nunca mais me voltes a fazer isso, ouviste? Se esses senhores sabem que tu estás a gozar com eles vêm cá a casa e levam-te preso, ouviste?»
Mas a partir daquele dia 25 de Abril a mãe nunca mais fez «chiu!». Agora ela também rezingava, alto e bom som, que o ministro X era um parvo e que o secretário de Estado Y ficava ridículo com aquele capachinho na cabeça. As discussões lá em casa tornaram-se animadas porque o pai era de um partido e a mãe era de outro. Afinal não houve derramamento de sangue (ou arrombamento, como dizia a Mariana) naquela revolução. Ao fim da tarde, o pai levara-o pela mão até à rua para ver as pessoas a rir e a chorar de alegria. Havia tanta gente nas ruas da cidade que o pai acabara por o pôr às cavalitas dele: «Olha bem para esta festa, meu filho. Nunca te esqueças deste dia.»
Nos dias que vieram a seguir, havia risos e cantigas novas por todo o lado, e o rapaz ouviu aquela história de heróis muitas e muitas vezes. Contaram-lhe como os jovens capitães e majores das Forças Armadas se tinham juntado para acabar com uma guerra que havia em Angola e na Guiné e em Moçambique. Era uma guerra estúpida que já durava há muitos anos e onde tinham morrido muitos rapazes. Aquilo de andar em África a matar africanos não fazia sentido nenhum. Os governantes de Portugal achavam que era missão de Portugal «possuir e colonizar domínios ultramarinos e civilizar as populações indígenas que neles se compreendam». Então e se outro país qualquer, ou mesmo outro planeta, aterrasse em Portugal e dissesse: «Descobrimos-te, portanto és nosso e vamos civilizar-te à nossa maneira?» Pois é. Era uma grande injustiça.
Foi isto o que os militares do 25 de Abril pensaram, e foi por isso que arriscaram a vida para deitar abaixo um regime muito antigo feito de pessoas que tinham tomado conta do Governo sem perguntar às pessoas se achavam bem ou mal o que eles decidiam. Eram ditadores. «Mas porque é que os militares demoraram tantos anos a revoltar-se contra esses ditadores?», perguntou o rapaz. E então os crescidos explicaram-lhe que num país onde é proibido pensar à vontade, as pessoas acabam por se esquecer de fazer perguntas e de pensar. Vão obedecendo, até que um dia se sentem tão tristes e tão angustiadas que abrem os olhos. Às vezes, diziam-lhe, as coisas ainda são mais complicadas do que isso; as pessoas começam por sentir que lhes estão a fazer uma injustiça pequenina e de repente reparam que aquela maldadezinha é só uma gota de uma maldade maior.
Os militares, diziam-lhe, começaram por se zangar porque tinham andado muitos anos a estudar para militares e um dia, como esses militares já eram poucos para a guerra, o Governo desatou a promover militares sem aqueles estudos e a dar-lhes as regalias que os outros militares tinham. Era inveja, diziam-lhe, como tu terias se um menino chegasse à escola e lhe dessem logo o diploma da quarta classe sem ter de se esforçar nada para isso, percebes? Ele percebia. O que lhe custava a entender era como é que de um sentimento tolo e feio como a inveja podia ter nascido aquele mundo novo, com soldados sorridentes de cravos nas espingardas e sem tristezas nem sustos.
Tinha só nove anos quando isso tudo aconteceu e havia de passar muito tempo até que pudesse perceber que os seres humanos são tão estranhos que são capazes de transformar as angústias mais mesquinhas nas mais belas paixões, assim, num instante, como se uma luz muito intensa lhes abrisse o coração e o tornasse num espelho claro do mundo. Só é preciso um bocadinho de uma dor qualquer, mesmo de má qualidade, para o coração derreter e ficar permeável a essa luz.
Adultérios e outros mistérios
- Ó pai, pára um bocadinho, que eu não posso correr mais!Carolina estava vermelha e ofegante, e sacudia-lhe a mão, furiosa. O rapaz embrenhara-se de tal maneira nas suas recordações que nem tinha reparado que estava a ir depressa demais para a aquelas pernitas de cinco anos. Pegou na menina ao colo, deu-lhe um beijo, pediu-lhe desculpa e prometeu-lhe um gelado dos maiores assim que chegassem à esplanada. Cumpriu a promessa, enxotou as últimas névoas de sono para dentro de uma boa chávena de café e lembrou-se que ainda não tinha respondido à participação de casamento da filha.
- Olha lá, miúda, e se tu depois de casares com o Bruno deixares de gostar dele?
- Ora. Arranjo outro namorado.
Tinha resposta pronta para tudo, o estuporzinho. Mas desta vez tinha errado o alvo, ou seja, tinha respondido exactamente aquilo que ele esperava. Então o rapaz explicou à menina que antes daquela revolução de que a professora lhe tinha falado na escola havia uma lei que dizia que as senhoras que se fartassem dos maridos e arranjassem outro namorado passavam, no mínimo, dois anos na prisão, e no máximo oito. «Oito anos?! Mais do que os anos que eu tenho?» Pois, disse o pai, e contou-lhe que para os homens não era assim. Os homens podiam namorar outras senhoras à vontade, que ninguém lhes fazia mal. Só se levassem a namorada para dentro da casa da mulher é que tinham que pagar uma multa. E podiam abrir as cartas todas que as mulheres recebessem, e proibílas de trabalhar fora de casa e tudo. «Mas isso era uma grande maldade! Eu quando for grande vou ser suciola como o pai, e se o Bruno não deixar bato-lhe».«Socióloga», corrigiu o pai, a rir. «É so-ci-ó-lo-ga - que se diz, Carolina. E sabias que os sociólogos não podiam fazer perguntas como tu fazes?» A menina ficou boquiaberta. «Então o que é que tu fazias, nesse tempo?» O pai explicou-lhe que nesse tempo ele era um menino pequeno, como ela, e a Carolina pôs-se ainda mais estarrecida. «Tu foste pequeno? Não acredito!». O rapaz percebeu que aquele espanto não era propriamente elogioso, e achou melhor desviar o assunto.
Contou-lhe que depois da revolução as pessoas tinham construído uma série de escolas que não havia antes, onde se aprendia a fazer perguntas que os chefes antigos não queriam que se fizessem. Por exemplo: Por que é que há tanta gente que não sabe ler? Por que é que as pessoas não têm todas direito a ter uma casa, comida, escola e brinquedos? Por que é que as pessoas não podem fazer greve quando lhes pagam mal? Por que é que as pessoas não podem escolher a profissão que lhes apetece?Lembrava-se daquele amigo do pai que teve que ir viver para Angola porque tinha desistido de ser padre já no fim do Seminário e ninguém lhe dava emprego no Continente. Lembrava-se de ouvir o pai maldizer o cardeal e o Presidente, que estavam todos feitos uns com os outros, embora não parecesse. Aquele senhor tinha ido para padre por decisão da família, que não tinha dinheiro para o mandar para a Universidade. Um dia o senhor apaixonou-se por uma rapariga e decidiu sair da Igreja onde entrara sem fé. Mas o Estado perseguiu-o e obrigou-o a exilar-se nas Colónias que precisavam de «civilizadores». Lembrava-se também de ouvir a mãe contar a história daquela rapariga que queria ser médica, mas como era filha de um sargento teve de se ficar por um cursinho de Economia Doméstica. É que, no colégio onde essa rapariga estudava, só as filhas dos oficiais é que podiam tirar o sétimo ano e seguir para a Universidade.
Era assim que se evitava que o povo deixasse de ser povo, para que os privilégios e as hierarquias se mantivessem intocáveis e mansos. Lembrava-se de ficar acordado às escuras a ouvir as histórias terríveis de amores contrariados que as pessoas crescidas contavam na sala. Casamentos proibidos ou condenados pela família porque a noiva era filha de um calceteiro e o noivo de famílias distintas, ou ao contrário.
Depois do 25 de Abril, atormentadas pelas atribulações que as revoluções sempre trazem, as famílias mais pacatas esqueceram-se daqueles horrores todos e de outros ainda piores, como as torturas que os agentes da polícia política faziam às pessoas que se atreviam a lutar pelos seus sonhos ou os milhares de mortos e estropiados da guerra. As almas mais inseguras deram por si a rezar por um redentor que viesse impor uma ordem às suas vidas e proteger os seus pobres bens, e a amaldiçoar a dissolução dos costumes. Outras almas, movidas pela mesma insegurança, deram por si a ocupar casas, incendiar sedes de partidos que pensavam de outra maneira, tomar o Poder e humilhar os que os tinham humilhado.Um sonho que seja teu
O rapaz contemplava a sua menina pequenina e pensava que era ainda cedo para lhe contar estas coisas todas, tintim por tintim, revoltas de Março e de Setembro, Verões escaldantes. Talvez nem sequer mais tarde essas histórias viessem a fazer sentido para ela. O tempo arrumara crises cruciais no álbum do pequeno enredo da História enquanto ele acabava de crescer. Mas era preciso crescer também para trás, para o sítio onde se guarda a infância. Um dia ele tinha que explicar à Carolina que a vida nem sempre fora assim livre, para que ela percebesse que ainda a podia tornar melhor. Mas hão havia de dizer: «No meu tempo.» Havia de a deixar experimentar o tempo dela, procurar as artes dela. Por muito que lhe custasse, não podia sequer pretender substituir-se aos sofrimentos que a haviam de levar ao seu próprio campo de sonhos.
Quando as pessoas tiveram a coragem de prescindir dos laços férreos do matrimónio instituído, meio mundo bradou que se caminhava para o descalabro total. E uns anos mais tarde, quando as pessoas começaram a arriscar-se à loucura das juras de amor eterno, outro meio mundo bradou que a juventude estava perdida, vendida ao capitalismo e ao egoísmo. O que importava dizer à Carolina era que todas as histórias do passado são ficções que criamos para nos consolar das coragens que não soubemos levar até ao fim. Contar-lhe que os filmes portugueses eram comédias e mesmo assim os produtores faliam. Contar-lhe que depois do 25 de Abril de 1974 as coisas também não foram fáceis, mas que aquela foi a primeira revolução sem sangue que o mundo conheceu.
Contar-lhe que a história completa daquele movimento de capitães só será conhecida em 1999, porque eles prometeram silêncio uns aos outros, para que não houvesse heróis maiores e menores e para que o Poder passasse, inteiro, para as mãos da sociedade civil. Dizer-lhe que ela não esqueça que um dia Portugal mudou de repente com uma revolução de flores.
- O que é uma revolução, pai?
Bolas, pensou o rapaz. E resmungou entre dentes, para ganhar tempo: «Quem me mandou pôr-te a ouvir As Quatro Ultimas Canções do Ricardo Strauss quando tu tinhas três meses?» E lá lhe explicou que fazer uma revolução é como partir uma régua que nos está a bater nos dedos, e depois tentar fazer com os pedacinhos daquela madeira partida bonecos completamente inventados por nós. Quando acabou de falar, o rapaz pôs-se a matutar e achou que se calhar aquela definição não era a mais conveniente para uma criança tão pequena. Mas surtiu efeito. A menina fez «hum», com um a muito entendido, e não perguntou mais nada.
- Pronto, querida. Temo de ir embora, porque o pai tem de ir trabalhar.
- Para quê?
Ia responder-lhe, de rajada que se não acabasse aquele trabalho sobre formas de delinquência na sociedade portuguesa contemporânea não tinha dinheiro para lhe comprar aquele gelados enormes que ela devorava em menos de um minuto. Mas conteve-se e disse apenas que aquele trabalho era muito importante.
- Mais importante do que brincar comigo às revoluções? Não acredito
Texto de Inês Pedrosa
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Dia Mundial do LIVRO!
Deixo-vos um resumo do livro que tirei do site: http://pt.shvoong.com/books/self-improve
O livro, “O pequeno ditador” trás à discussão um tema do momento, a violência dosjovens, na escola, nas ruas e até mesmo, dentro de suas casas. Javier Urra, psicólogo forense no Ministério da Justiça espanhol, é o seu autor. O livro é um best-seller na Espanha e em Portugal. Para definir, o pequeno ditador é alguém que assumiu para si mesmo que tem o direito de impor a sua vontade. Ocorre que, nenhum pai, de sã consciência, gostaria de “especializar” e ter na sua casa pequenos ditadores. Evitar que isso ocorra é o objetivo do manual de Javier Urra. Ele explica: limites e regras são fundamentais na educação das crianças. Saber dizer não pode ser o primeiro passo para que os filhos se tornem mandões dentro de casa.” O autor refere-se a crianças que, mediante aprovação ou omissão dos seus pais, se sentem bem sendo agressivas, se sentem bem conseguindo tudo o que querem, independentemente dos meios que use para isso. Tudo gera, segundo o autor ao redor do "eu", o "para mim", o "comigo". “Vê os pais como provedores dos seus desejos e caprichos, os professores como alguém que está ali porque os pais lhes pagam para isso. Enfim, o pequeno ditador é alguém que quer que tudo gire à sua volta”. Para o autor, o perfil mais genérico do pequeno ditador é: oito em cada dez agressores são rapazes e a vítima é sempre a mãe. Em alguns casos o pai também é maltratado... E são famílias em que às vezes a mãe quer educar, quer que o filho tome banho, que faça as tarefas e o pai não faz nada, faz de conta que não é nada com ele... Para o autor há um amplo contexto em questão, sendo elemento mais abrangente a imensa pressão capitalista que impõe que se trabalhe muitas horas para se ganhar muito dinheiro. E, pra isso, em geral, se tem de estar longe de casa e separado dos filhos por grande número de horas, todos os dias. Há uma constatada falta de autoridade, e com isso não existem normas nem critérios. Sem isso não haverá limites para absolutamente nada. Violências filiais surgem em formas de ameaças, chantagens, insultos até mesmo a agressão física. Mas, é preciso evitar que as coisas cheguem a este ponto. Para tanto, temos de educar as crianças para serem respeitadoras, perceberem que os pais gostam delas e estão do seu lado, mas que também têm os seus direitos. Importa saber que estas crianças são igualmente vítimas. Importante notar, entretanto que, os próprios pais também podem ser “pequenos ditadores” e este é um grande problema, alerta o autor, sendo duros e insensíveis. Daí que muitos jovens, cada vez mais, são violentos: São ás vezes desrespeitadores, não têm respeito nem por si mesmos, pelas normas... Há casos, por exemplo, em que os jovens se viram contra os professores e os pais põem-se do lado dos filhos, invariavelmente. Isso é um erro“. O livro de Javier Urra, na realidade é um manual sobre a gestão do comportamento infantil, um manual de convivência com os filhos. Possui uma série de casos reais e também um índice adaptado à realidade portuguesa, e por extensão mundial. Trata a educação dos filhos como decorrência de uma ação atenta e comprometida, na base de vínculos e de afeição.
A CRIAÇÃO DE UM TIRANO
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Celulite!Os homens não gostam!
para rir!
Uma campanha publicitária a certa clínica estética(PERSONNA) enche as ruas de Lisboa com cartazes exibindo a foto de uma jovem, alta, magra, bronzeada, de longos cabelos dourados mexidos pelo vento, biquíni preto, saltos agulha, óculos escuros, acompanhada por um dos seguintes slogans: “Eles não gostam de celulite”.
A imagem do outdoor apela ao que há de mais negativo no culto do corpo; a imposição da imagem de série. A negação do DNA.
As mulheres têm celulite; se os homens não gostam, temos muita pena, virem-se para os do mesmo sexo; os que não tenham celulite!
Temos muita pena, mas as mulheres, após a puberdade, ganham gordura no rabo, nas ancas, nas pernas.
Vamos lá ver os possíveis slogans para outdoors gigantescos a espalhar por ai,SR publicitário:
-ELAS não gostam de pelos a mais;
-ELAS não gostam que cortem as unhas dos pés em cima da mesa da sala;
-ELAS não gostam de tampas da sanita levantadas,
-ELAS não gostam das amigas deles e das ex-namoradas, essas, nem falar
-ELAS não gostam que cocem os tomates (muito menos em público);
-ELAS não gostam do resultado de “campeonato nacional + liga dos campeões + taça UEFA + taça de Portugal”;
-ELAS não gostam de arrotes (daqueles tipo:tou cheio que nem um porco);
-ELAS não gostam de pilas pequenas;
-ELAS não gostam de cheiro a suor;
-ELAS não gostam que eles contem os feitos históricos que tiveram e que não tiveram(principalmente com outras);
-ElAS não gostam de meias e cuecas no chão da casa de banho;
-ELAS não gostam de sexo sem prazer;
-ELAS não gostam de ser usadas como um objecto em campanhas publicitárias, cujo o único objectivo é chocar,causar o terror!
Amigos da PERSONNA eu para além de não ter dinheiro para ir á vossa clínica, estou-me a cagar para o que os homens não gostam (segundo os vossos olhos).
11 meses
- dá miminhos (xi-corações/beijos);
- sopra na colher da comida quando dizemos "está quente";
- faz caretas e depois ri-se à gargalhada;
- diz onde "está a tonta" , "a barriga" e a "pila";
- quando dizemos "tá lá" encosta a mão ao ouvido e diz "tá";
- pede comida a fazer ba-ba-ba com os lábios;
- brinca sozinho às escondidas, ou seja, tapa-se e destapa-se sozinho;
- dá-nos as coisas quando lhas pedimos (mesmo que seja de má vontade..);
- já anda (e já cai também);
- compreende: vamos à rua, vamos ver o cão, dá, diz adeus, dá miminho, dança, canta, olha ali, anda cá, não mexe, , toma, papa, água, faz shapp shapp, upa...;
- já dança. De pé, flete os joelhos para cima e para baixo, dá aos braços (temos bailarino);
- diz conscientemente : ca (cão), brrrr (mota),, papa (pai), u (comboio), dá, ...;
- mantém longas conversas de xi-pu-ca-li-na-ba-ba-tu-pim-co-la, etc ,etc. (connosco ou com um simples objecto);
- chama-nos (ou o que pretender) esticando a mão e abrindo;
-a e fechando;
- começou a dar beijinhos a sério, com barulho e sem baba!- quando é comida aos pedacinhos come muito bem sozinho;
- quando lhe pedimos alguma coisa e não quer dar ou fazer, acena que não com a cabeça e com a mão e por vezes gritas;
- conhece todos os cantos da casa. Ainda não tirei nada do sitio (excepto o que suscite perigo)
- acorda e fica sossegadinho na cama a brincar(ou não);
- 4 dentes ;
- passa dias e dias sem chorar :));
- é super ultra mega simpático e sorridente! Em qualquer hora, lugar ou circunstância;
- adora pão e bolachas Nody;
- não liga nenhuma a brinquedos (acho que sai a mim);
- conhece o barulho da mota do Rafa e do comboio, o papa já prometeu que nestas férias íamos dar uma voltinha :);
- quando tem sono, enrosca-se em nós, e adora dormir sobre o nosso peito;
- alça a perna para tentar subir às coisas.- continua super activo e mexido..;
- é um palhacito. Faz imensas macacadas e ri-se como um doido (nisto sai ao pai lol);
- só quer andar, andar, andar;
O QUE O FAZ SORRIR:
- tudo e mais alguma coisa..
O QUE O FAZ DAR GARGALHADAS:
- cócegas
- escondidas
- o nosso aiiii quando nos magoa
- rebolar em cima da cama ou no chão
- as nossas gargalhadas
O QUE O FAZ GUINCHAR:
- andar de mota
- ver os cães
- quando lhe mostram algo que ele quer
O QUE O FAZ CHORAR:
- falta do colinho da mamã
- que não lhe dêem atenção
- ver a mamã ir embora
- o soninho
- a fome
O QUE O IRRITA:
- que lhe tirem coisas que ela gosta
- que não a deixem à vontade dele
- que ralhem com ele
O QUE O ACALMA:
- o colinho da mamã
- o leitinho
O QUE O DISTRAI:
- Tupperwares, colheres de pau e afins
- migalhas
- a TV
- andar pela casa fora
- o banho
- ter um monte de coisas de um lado e mudá-las para o outro, faz isto vezes e vezes sem conta- uma gaveta aberta
O QUE O FASCINA:
- desenhos animados
- música
- andar no triciclo
- migalhas de pão
- rua
O QUE NÃO LHE DIZ NADA:
- brinquedos
O QUE O FAZ PULAR:
- ir à rua
- ver o cão
- ver os papás
- ver o triciclo
– andar de mota
sábado, 18 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009

Inspiro profundamente, enchendo os pulmões, a ganhar alento para novas batalhas com o corropio irrequieto dos pensamentos, a tentar segurar as palavras indomadas e bem oxigenadas que me irão sair pelos dedos fora, enquanto, já cansada, regresso, saciada, ao meu espaço íntimo, que guarda, preciosamente, os segredos de ser eu.
Por vezes dou por mim a imaginar se todos á minha volta fossem surdos(tipo ensaio sobre a surdez)! Tão bom...
Poder dizer tudo o que tenho na vontade sem sofrer repercussões.
Não!Não é cobardia, é a vida!
Ele há pessoas, que me tiram do sério, que me irritam que me fazem greeeeeeegre...
sabem, aquelas pessoas hipócritas,falsas,pobres de espírito,invejosas,más.....
Aquelas pessoas por quem todos estamos rodeados, e que por vezes nos fazem pensar se:Eu também sou assim?Eu também faço isto?Eu também penso assim?
Não!Absolutamente não!
Eu não sou assim!
Não sou melhor!Sou feita de outra fibra,acredito em outras coisas,quero outras coisas!
Não vejo o sucesso dos outros como uma rasteira, vejo-o sim como um estimulo...
Lido bem com a existência de mais 6,5 bilhões de habitantes!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
A morte devagar

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Martha Medeiros
sexta-feira, 10 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso
Já era tarde, uma anomalia ficou por resolver!
-Desculpa ter-te ligado mas preciso de uma ajuda.
-Tudo bem diz
-(...)
-(...)
-Agora fiquei a dever-te um café...
-(...)
Foi assim que tudo começou.

























