segunda-feira, 27 de abril de 2009
Sou grande!
Chego aqui e decido que vou escrever. Não faço a menor ideia o que irá sair, não prometo mais do que palavras alinhadas umas atrás das outras. Talvez me lembre das cervejas que bebia às escondidas,da ganza que fumei uma unica vez na minha vida na certeza de que isso faria de mim uma pessoa crescida. Hoje arrependo-me da estupidez que me fez querer ser grande. Ou talvez me lembre do dia em que o conheci, cinquenta e um centímetros de gente saído de dentro de mim, tão branco quanto é agora. Tudo isto faz um sentido qualquer, ter-me tornado uma pessoa crescida que pode fumar(mesmo não querendo), pagar contas, pensar na vida enquanto ela escorre nos minutos cheios de nada. Olho para as minhas mãos, estas que tocam no piano inventado do meu teclado, e vejo que o círculo se vai fechando. Já não preciso de me esconder para fumar, não preciso das taças de vidro por baixo da camisola para fingir que sou uma mulher, larguei as chávenas em que bebíamos cocacola disfarçada de café, já posso guiar um carro, viver sozinha(ou bem acompanhada como é o caso), entrar em casa às horas que me dá na gana, decidir o que como ao jantar. E às vezes dou por mim a ter saudades dos tempos em que ser grande era uma certeza distante que nunca mais chegava.
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2 comentários:
Saudades do futuro. Afinal, o ser ou não ser está apenas naquilo que queremos.
Nem sempre!
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